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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Fundo do poço (?)


Achei que já havia chegado ao fundo do poço algumas vezes, mas agora acho que não tem mais pra onde cavar.... (ainda bem)
Há algumas semanas descobri algo que modificou muito minha vida, e para pior.... Uma descoberta que traz muitas respostas para meus comportamentos anoréxicos, e como era de se esperar, essas respostas estavam lá na minha infância, guardadas em lugar na minha mente que eu nem acessava mais.... talvez por defesa. Mas a terapia fez com que eu lembrasse dessas coisas e isso teve um efeito BOMBA ATÔMICA em mim. devastador, tão devastador, que achei, e às vezes ainda acho, que não conseguirei sobreviver....
Os cortes no meu corpo são a prova do quanto isso tem sido emocional e fisicamente doloroso para mim. Me corto para ver se a dor na alma consegue ser abafada pela dor do corpo, e por breves instantes é, mas logo, tudo volta, e a vontade de me cortar volta....
Tenho vergonha, raiva de mim, do que estou fazendo comigo, e com os que amo, mas a dor é tão grande, tão genuína, que eu só penso que sofrer.
E como as coisas ruins não vêm sozinhas.... Fui diagnosticada como Borderline. (Se quiser saber mais, leia esse artigo, para mim  foi bem esclarecedor: http://oglobo.globo.com/saude/borderline-um-transtorno-de-personalidade-no-limite-das-emocoes-6463834 ).
 Apesar de conhecer muitas pessoas border, eu me senti meio "fora da casinha", "maluquinha", e pensei que isso será mais um motivo para ser a INCOMPREENDIDA! Mas ao mesmo tempo, isso me traz mais respostas aos meus comportamentos passionais, exagerados....
Minha cabeça está a mil, a vontade de me cortar é muita, estou com vergonha, sei que muitos não entenderão esse transtorno. Esse transtorno não me define, mas ele faz parte de mim....
Eu estou angustiada!!! Ao mesmo tempo quero me esconder do mundo, mas também quero poder gritar, compartilhar com as pessoas o que estou passando, sentindo, vivendo... Mas acho o mundo tão cruel.... E não sei lidar com isso!
Tenho medo de perder meus amigos se eles descobrirem que sou broderline. Tenho medo de perder o carinho das pessoas se elas verem os meus cortes, me julgarem, não me entenderem e me afastarem de suas vidas. Tenho medo da solidão....
Acredito que essa música diz muito bem o que eu sinto, o que temo....


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

2 lados da mesma moeda....

E eis que durante a semana passada recebo a visita de meus sogros, e um dos assuntos foi a vontade da minha sogra em fazer a cirurgia de redução de estômago...
E percebi que a conversa ficou tensa, pesada, entra ela, meu sogro e meu marido (seu filho).
Eles acreditam que essa cirurgia pode ser arriscada demais e acreditam que existem outros meios dela perder peso... Pediram pra ela caminhar, fazer ginástica, academia... Eu, do lado de fora da conversa, comecei a ficar tão triste com isso. Parecia que ela estava gorda porque queria, por relaxamento...
Eu conheço minha sogra há 6 anos, e ela sempre foi gordinha.... Mas nas fotos da juventude, era uma moça magra....
Eu sou testemunha: na geladeira dela só tem coisa light, diet, chega a ser uma geladeira "sem-graça".
Parece falta sensibilidade para as pessoas...
Quando percebi, minha sogra estava chorando, se lamentando porque há 20 anos ela tenta emagrecer e não consegue... E quando ela contou sobre a ideia da cirurgia da redução de estômago, não foi algo impensado, foi algo sugerido pela endocrinologista dela, e ela esperava apoio da família. Não é mais por uma questão estética, é de saúde. Mas parece que pra quem está de fora a solução é sempre mais simples: "é só comer", "fazer academia", "diminuir a comida", "vai caminhar"... Isso me irrita muito, e nos torna 100% responsáveis pela nossa doença.
Quantas vezes será necessário explicar que não é por falta de vontade? Que não é por preguiça? Que não é por que queremos?
Às vezes, eu só queria que as pessoas guardassem pra si o que pensam ou pelo menos pensassem 1000 vezes antes de falar algo. 
Não venham com os 2 pés no nosso peito que já está tão cansado, talvez isso nos faça cair de vez.
Não precisamos de chacoalhadas, precisamos de compreensão, amor e paciência...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Me afogando sozinha (?)

Tenho andando sumida daqui, talvez porque não queira colocar ninguém para baixo, nem inciar um movimento "pro-ana", mesmo sem querer!
Ultimamente tenho dado passos para traz no meu tratamento, me afundado um pouco cada dia mais.... E tudo isso da pior forma: silenciosamente.
Quase larguei minha psicoterapia, por acreditar que já era um caso perdido. Depois de muita conversa, aceitei continuar com a tratamento, mas com a "condição" de diminuir para 1x por semana.... Como se ainda me achasse no direito, e na sanidade de negociar....
Meu psiquiatra me convidou para voltar ao grupo de TA que ele mantem, e isso pra mim, foi a prova viva de que "decaí" no tratamento.
Então estou com acompanhamento no grupo 1x na semana e com a terapia 1x na semana, além das consultam mensais com meu psiquiatra.
Minhas medicações aumentaram: dosagens e/ou  foram acrescentado mais remédios.
Comecei a fazer exercícios (hidroginastica, boxe, yoga) 2x na semana.... E por mais que queira, tente, levar uma vida saudável, fico com raiva quando vejo que não estou emagrecendo :(
Estou me sentindo triste, abandonada.... e tudo me afeta, as coisas tristes me deprimem mais do que o normal.
Há uma semana atrás um amiga da época de faculdade faleceu com 33 anos, e isso bagunçou tudo aqui dentro de mim.... Uma tristeza profunda, uma vontade de sumir.... Mas não gosto de fraquejar, e por isso aparento sempre uma felicidade (?) mas por dentro estou aos pedaços...
Procuro ajuda, mas parece que as portas se fecham, que as pessoas se afastam, e eu vou piorando.... Me fechando na minha concha, passando cada vez mais tempo dormindo, e menos tempo vivendo, menos tempo fazendo planos, aproveitando a vida.
Já durmo com raiva de ter que acordar no outro dia...
Mas todo dia eu levanto e busco alguma motivação, nem que seja ganhar uma lambida dos meus cachorros...
Fui na nutricionista do grupo (e eu gostei muito dela, senti que ela poderia me ajudar) e hoje ela me disse que enquanto eu não tiver disposta a me alimentar com o minimo necessário ela não poderá fazer nada... Que na hora que eu acreditar que consigo, que eu volte a procurá-la.... Mas é inevitável não me sentir rejeitada, abandonada....
Não vou aqui falar sobre como estão sendo meus dias em relação a alimentação, mas garanto que estou me alimentando muito mal, não estou ingerindo o mínimo de calorias necessárias, e o pior é que não vejo perda de peso.
Onde eu olhe, só vejo dieta, receitas milagrosas para perder peso.... e, quando dou por mim, estou eu assimilando cada coisa maluca ao meu dia-a-dia.
Aí vcs podem se perguntar: mas ela está frequentando academia sem se alimentar? Nos dois dias de academia, são os dois únicos dias que me "preocupo" em me alimentar para não passar mal... Mas tenho até vergonha de dizer como é minha alimentação nesses 2 dias....
Enfim, estou percebendo esses comportamentos, e estou me desesperando, pq cada vez mais, estou me silenciando, abafando, escondendo.... Apesar de estar sendo acompanhada, estou me sentindo só....


sexta-feira, 14 de junho de 2013


Eu purgo
Purgo minhas dores
Minhas tristezas
Minhas frustrações

Purgo minha alma
Purgo, purgo
Purgo tanto
Que me sinto esvaindo
Morrendo

Purgo meus sonhos
Purgo meu passado
Presente
E futuro

Purgo o que há de pior em mim
O que há de melhor
Purgo e me perco,
Me desfaço
Me espedaço
E desapareço...




Vazia....

Ontem tive um dia bastante triste que me deixou sem chão, sem ar, sem esperança...
Algo que eu esperava muito, que estava me motivando, simplesmente não rolou, não deu certo...
O sentimento de "sou burra", "sou inútil", "não sou merecedora" me veio a cabeça e comecei a pensar que só sou "bem-sucedida" no meu transtorno alimentar, que nisso eu tenho resultados, por pior que seja...
Sinto o tempo passar, e meus sonhos e desejos estão se esvaindo.
Afinal, pra que eu nasci? Se não consigo seguir em frente, no trabalho, nas gestações, nos empreendimentos...
Sou  um modelo, um modelo do que não fazer, do que pensar! Sou um modelo em fazer as coisas erradas!
Provavelmente, tudo isso, toda essa revolta, vá passar em breve, mas o sentimento de fracasso sempre vai me acompanhar, volta e meia vou pensar nas coisas que deram certo, que eu nasci para fracassar...
Ok, esse post está muito pra baixo.... mas eu quero dividir com vcs esse sentimento, e que no meio de tanta coisa ruim, de tanto sentimento ruim, algo bonito aconteceu...
No momento em que escrevi que estava triste, 5 pessoas vieram conversar comigo, mostrar sua preocupação, mostrar que eu tenho algum valor, que eu tenho qualidades.... E isso me fez erguer a cabeça, secar as lágrimas, e perceber que o problema não comigo, é que a vida, às vezes, será injusta mesmo! E que não tem nada a ver com mérito!
Eu ainda estou muito triste, cansada, de corpo e alma, e, como fico muito tempo sozinha, é inevitável não pensar nos rumos que a minha vida está tomando e no tempo que estou perdendo com meu transtorno alimentar...
Mas eu espero que a recuperação venha e eu saia dessa uma pessoa melhor, mais forte!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Consequências...

E eu não paro colher os "frutos" do transtorno alimentar...
Recentemente descobri que estou com esfagite por refluxo... Consequência dos vômitos forçados...
Eu posso aqui me justificar, como me "justifico' para muitos médicos.... Eu vomito há pouco tempo, não era muito.... Enfim, mas estaria mentindo.... Eu me machuquei muitas vezes purgando... Vomitava até água, e o que eu achava que era pouco e que eu pararia quando quisesse, se tornou vício, se tornou doença!
Hoje, vivo com desconforto, azia, tosse... E na minha cabeça doente, o pior dessa doença é NÃO CONSEGUIR VOMITAR! Absurdo, eu sei! Mas isso é o que mais me deixa triste com mais essa doença diagnosticada!
Eu sempre achei que o meu transtorno alimentar não me causaria danos, até não conseguir mais trabalhar. Achei que não me prejudicaria, até abortar. Achei que não me traria outros danos, até descobrir a osteoporose e a esofagite.
Não é fácil descobrir mais uma doença e ver a cara de decepção, de tristeza das outras pessoas quando tenho que dizer nos consultórios sobre os meus hábitos anoréxicos-bulímicos!
Sinto vergonha, raiva, pena... Mas não consigo abandonar esses hábitos!
Então, se vc "entrou" nessa de vomitar, acredite, mais cedo ou mais tarde isso lhe trará problemas!
Eu me pegava pensando: ah, não é tanto assim; eu paro quando eu quiser; vomitar me "faz bem"; Mas quando eu "olhava de fora" percebia o quão degradante, triste, deprimente era a cena... Eu, abaixada, muitas vezes de joelho, purgando... algumas vezes me engasgava, e até achava que iria morrer!
O transtorno alimentar tem me tirado momentos preciosos da minha vida...
Mas eu continuo aqui, pedindo ajuda!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Luta!

Dia 13 de maio fez um mes que uma menina que eu conhecia tirou a própria vida em decorrência do T.A.
Eu ainda não consegui digerir tudo isso, mas tenho pensado nesse fato constantemente... mas pouco falo sobre isso, e isso me consome!
Fico pensando no tamanho do desespero dela, na tamanha agonia, tristeza... e vários sentimentos me tomam: pena, compaixão, raiva, inveja...Sei que quando alguém se mata, na verdade não quer se matar, quer matar a dor... E essa ideia, de certa forma, me torna cúmplice, entendedora, parceira...
Eu tive muitos pensamentos suicidas no início do tratamento, mas nunca tive coragem (?) de fazer...
Hoje eu penso em tudo que o transtorno alimentar faz com nossa cabeça e não somente com nosso corpo...
Às vezes, desistir é mais fácil que lutar, mas o cansaço é tamanho, a solidão é tanta...
Eu, muitas vezes, penso, se eu emagrecer mais X quilos, talvez esteja segura! Mas quando estou sóbria sei que para o T.A eu nunca estarei segura-satisfeita-feliz.
É preciso aprender a lutar contra o T.A e não contra a balança!
É preciso aprender a lutar contra essas ideias obsessivas!
Não é fácil! Quem disse seria?
Mas, depois dessa tragédia, agradeço cada dia que sobrevivo a essa doença, pois é mais um dia de coragem, de luta! 
Quando a Pâmela se foi, um pouco de mim foi junto, e talvez eu nunca me refaça por completo disso, mas estou, pela primeira vez, conseguindo escrever sobre isso.
Nunca tive alguém próximo que tenha morrido em consequência do T.A. Conheço histórias, mas é a primeira vez que isso me assombra de verdade...
Eu realmente espero que todos nós que lutamos contra isso, consigamos vencer todo dia essa doença, por mais assustador que seja! E um dia poder dizer, eu sobrevivi ao T.A, ele não me venceu, me derrubou algumas vezes, mas eu sou teimosa, e levantei!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

(Re)nascendo....

Tenho vivido dias bem complicados.... Com crises de purgações, bulímicas, auto-destrutivas e isoladas...
Porém, isso tudo tem servido para eu olhar para dentro, para um lado meu, até então desconhecido.
Estou há mais de 2 anos em psicoterapia, e acredito que até hoje, minha psicóloga pouco me conhece... É da minha natureza ser reservada, fechada... Mas tenho tido necessidade de falar mais sobre tudo que está "entalado", "engasgado" na minha garganta!
E não tem sido fácil, tem sido assustador, me (re)conhecer e me (re)descobrir...
Sempre fiz as coisas para agradar a todos, menos a mim mesma! E na real, nunca soube o que gosto de verdade, o que quero de verdade....
Ainda não tenho as respostas para a maioria das minhas perguntas, mas estou caminhando para responde-las....
Eu preciso olhar para dentro, para mim, para poder buscar minha plena recuperação!
E aos poucos, estou conseguindo... Me isolar do mundo, das pessoas, das coisas que amo, me "obriga" a viver, a sentir tudo que eu sempre evitei!
Não! Eu não parei com meus comportamentos bulímicos, mas estou tentando entende-los, tentando perceber de onde vêm esses impulsos...
E tenho descoberto cada coisa! Que em certo momento, quando tiver "digerido" melhor, aceitado, compartilharei com vocês....
Por enquanto o que posso dizer é isso: estou me olhando, tentando me entender, me ouvir, e tem sido difícil, revelador, por vezes, assustador, mas tem valido a pena...
Sei que o caminho é longo, mas se eu sempre me esconder atrás do transtorno alimentar, nunca alcançarei a recuperação!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Purgando o mundo....

Estou numa fase bem ruim... E ficava pensando se deveria ou não dividir com vocês o que estou passando/sentindo. Resolvi dividir para me sentir um pouco mais "leve"....
Estou purgando muito, há algum tempo... Purgo comida, sentimentos, tristezas, alegrias....
Não sei mais lidar com as emoções e está ficando cada vez mais difícil parar.
É um vício! Quando me diziam que eu não conseguiria parar, eu não acreditei, achei que tivesse o controle de tudo... Mas não!
Ás vezes tenho a impressão/sensação que vou morrer: engasgo,choro, tenho raiva, me canso, não consigo ficar muito tempo em pé, andando, fico sonolenta.... E assim, me desligo do mundo, da vida!
Saio, converso, mas faço isso cada vez menos e com menos entusiasmo...
Já sinto vergonha de mim, raiva de mim e do mundo!
Não me sinto "simplesmente" feia, sinto que não posso mereço ser feliz...
Enquanto escrevo isso, estou muito cansada e com muito sono... E mais uma vez vou pegar o carro e dirigir até a terapia, mesmo sem a mínima vontade de fazer isso...
Desculpem pela confusão! Estava precisando desabafar isso, se não, acho que morreria engasgada....
Me desejem força!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O início (?)

Eu fui diagnosticada com anorexia nervosa há 2 anos... Mas, ao estudar um pouco, descobri que não foi a partir do dia X que eu desenvolvi essa doença... 
As pessoas me perguntam/perguntavam o que eu quero/queria emagrecendo, de onde veio essa minha obsessão com a magreza, com o corpo... Eu nunca soube responder. Provavelmente porque não existe uma resposta única e certa para essa pergunta!
Mas eu comecei a lembrar de alguns episódios da minha adolescência que, na época e até bem pouco tempo atrás, não tinham nada de preocupante...
Mas analisando os meus comportamentos e as coisas que eu omitia que fazia, hoje percebo que desde aquela época o transtorno alimentar caminhava comigo...
Lembro como se fosse hoje que gostava de dançar no quarto, mas dançava duas, três horas, sozinha. Toda família sempre soube disso. Mas em um certo momento, eu comecei a trancar a porta do meu quarto, porque além de "dançar inocentemente" eu fazia exercício, mas muuuito exercício! E ficava me olhando no espelho de uma forma que, hoje eu vejo, não era saudável...
Estudando mais sobre o assunto, lembrei que eu fazia exercício durante o banho... Ficava pesquisando quais exercícios me ajudariam a queimar mais calorias, e praticava embaixo do chuveiro... Isso, ninguém nunca soube (até hoje), até porque, era algo "sem importância"....
Mas hoje eu consigo juntar mais peças ao meu quebra-cabeças e ver que essa obsessão com o corpo me acompanha há no mínimo 15 anos... De forma velada, desconhecida por muitos, por muito tempo!
Há 15 anos atrás, não existia informação como hoje...
Lembro que aos 20 anos, desmaiei no trabalho por não me alimentar, e na época eu dizia que era porque não tinha tempo... Lembro de uma irmã minha me dizer que eu "iria desaparecer"....
Enfim, muitos episódios mostram que a anorexia nervosa me acompanha há quase metade da minha vida!
Este post eu escrevo na intenção de alertar vocês para esses comportamentos compensatórios que parecem não ter importância, mas que somados a muitos outros fatores, nos mostram o caminho longo, e muitas vezes só, que vamos trilhar....
Fica meu  desabafo, que quase soa como confissão...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um carta...

A carta abaixo foi escrita por mim numa dinâmica de grupo. Talvez uma das dinâmicas mais significativas que já fiz em toda minha vida... Foi um execício e tanto, afinal, tive que me imaginar daqui 20 anos, recuperada do T.A, contando para alguém que inicia sua jornada em busca da recuperação, porque e como comecei a minha escalada.... 
Espero que ajude...



     Acreditei por muito tempo que o T.A fosse meu amigo, até começar a perceber que estava perdendo muito.... Minha saúde, meus sonhos...
     Casei com que eu amava, viajei para muitos lugares, conheci pessoas maravilhosas! Mas nada disso era suficiente para minha felicidade... Eu só queria emagrecer, emagrecer, sumir! Mas havia um lado meu que queria ter filhos, ter minha própria família!
     Engravidei... E para mim aquilo foi a prova de que o T.A era meu amigo. Engravidei e vivi as 2 semanas felizes da minha vida! Engravidei... E com a mesma rapidez com que engravidei, abortei. Minha felicidade, literalmente saiu de mim, se esvaiu em sangue, e me deixou com uma saudade de algo que nunca vivi, mas amei...
     O T.A começava a me tirar as coisas e mostrar o quão inimigo ele era.
     Engravidei 2 vezes e abortei. Desenvolvi osteoporose e mais uma série de outros problemas.
     Perdi muito, mas hoje, olhando pra traz, percebi que era esse o caminho que eu tinha que trilhar para, hoje, valorizar cada gesto de carinho, cada vitória, cada sorriso, e mesmo, cada lágrima.
     Carrego as consequências desse comportamento. Mas sou hoje a pessoa que eu sempre quis ser...
     Valorizo e amo quem eu sou, por fora e por dentro.... Muito mais por dentro.... Porque quando eu me for, quero que lembrem e sintam falta da pessoa que eu realmente era e não da pessoa que eu parentava ser...
                                                               Com carinho,
                                                                                  Raquel.